quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Too long


Já não sei que lugar é este, muito menos o que é que eu fazia aqui dias e dias sem conta. A minha vida desde à quase dois anos está toda aqui. E há coisas que gostava tanto de apagar, mas não. Apaguei-as da minha cabeça, do meu coração, mas prefiro que estejam registadas para um dia não passar pelo mesmo. Ando tão chateada da vida que já nem me reconheço. Era e até que continuo a ser uma pessoa super positiva, que acreditava nas cenas mais parvas de sempre, e até pessoas. Mas acreditava. Agora não. Acredito em mim e confio em mim. Falar ou desabafar com alguém já não tem quase efeito nenhum, a não ser nos momentos em que estou prestes a rebentar e quando quero falar me desfaço em lágrimas. Só peço ajuda quando estou prestes a ter esses momentos. Se não, sou só eu. O silêncio do meu quarto faz-me bem, e deixa-me tão tranquila. Podia ficar aqui o resto da minha vida, não me importaria. Não faria diferença. Sair de casa para enfrentar hipocrisias, e faltas de respeito, e politiquices de pessoas que ainda têm muito que crescer, para isso fico em casa a ver televisão. Ou agarrada a um livro a ouvir música. Ou então agarrada a um livro da escola. Whatever, tanto me faz. Só preciso de paz. Prefiro que reajustem algumas coisas na minha vida e na vida dos que me são próximos, porque há coisas que não são justas, a vida não é justa. Nunca foi e todos sabemos que vamos sofrer injustiças e coisas que não merecemos o resto da nossa vida, mas por amor de Deus, já chega. Não aguento. Acho que está na hora de se dar algum descanso a algumas pessoas que fazem de tudo para estarem bem, para fazerem tudo certo, e que as coisas corram bem, duma vez por todas. Entretanto, enquanto as coisas não se endireitam eu vou estar aqui pronta para apagar os fogos de vez em quando. E para atenuar as coisas da melhor maneira possível. Mas às vezes eu penso... Sou uma miúda de 17 anos, devia de ficar quieta e as coisas resolviam-se sozinhas. Era não era? Mas não consigo, estou tão habituada a agir quando as coisas descambam. É normal, não me exige qualquer tipo de esforço, simplesmente faço. E não me custa. Só me custa não conseguir curar feridas que só o tempo cura. Só isso. 

sábado, 6 de setembro de 2014

"Final feliz."



"Baby nosso love é diferente
Real street love ninguém entende
És minha babe, girl you know
E tu já sabes bem como sou
Eu volto sempre pra ti
De 0 a 100, é um vaivém, mas acaba sempre bem

Nosso mambo começou torto
E é em ti que encontro conforto
Apesar do teu corpo, é o meu desporto
Finges que não gostas, e eu nem me importo

Nossa química estranha, a gente se empurra e se arranha
Guerra perdida, pois ninguém ganha
No quarto a gente se apanha, te deixo cansada
Dia seguinte, vizinho com cara trancada

Essas tuas leggins, deixam um gajo duro
Veste à vontade miúda, eu não sou inseguro
Ainda sou imaturo, não sabes se há futuro
Mas temos um presente e nele sou teu, juro

E se tu tás mal, eu tiro o pé
Tenho bué'de problemas, uma mulher não é
É só brincadeira, adoro quando sorris
Eu e tu miúda é um final feliz

Ficar sem ti miúda não dá, amor como nosso já não há
Eu te magoei mas também já pedi desculpa
Eu sei que errei mas vou mudar
É dificil mas eu vou-te provar
Eu te magoei mas também já pedi desculpa

No carro a curtir Celso Opp, Gutto, Boss AC e um coxe de RnB
Tua mão na minha perna, queres que eu te mime
Então antes do filme, a gente faz um filme

Puxo-te o cabelo, dedos nessa r***
Desligo o telemóvel, tua amiga chata
Pitamos qualquer coisa, não precisamos de muito
Uns hamburguers, uma pizza, importante é tar junto

Mundo não nos pára, nada nos separa
Digo qualquer coisa pra pôr um sorriso nessa cara
Amas o teu bandido e mostras com orgulho
Então tá decidido, vou assumir o barulho

Se tiveres nessa, canuca eu tou nessa
Um dia de cada vez, sem pressa
E, se pensares em separação,
Apareço nú na tua porta com uma rosa na mão

Ficar sem ti miúda não dá, amor como nosso já não há
Eu te magoei mas também já pedi desculpa
Eu sei que errei mas vou mudar
É dificil mas eu vou-te provar
Eu te magoei mas também já pedi desculpa"

quarta-feira, 3 de setembro de 2014

"Um dia de cada vez, sem pressa."



"Cada vez mais odeio isto. Cada vez mais te quero esquecer e cada vez menos consigo. Não entendo porquê. Gostava de arrancar o sentimento e pronto. Sempre que dou um passo em frente, alguma coisa me faz dar dois passos atrás. E eu não entendo porquê. Eu nem sei o que é que estou aqui a fazer agora e porque é que estou aqui a escrever isto. Chegou o maldito dia, e eu mais uma vezes, fico triste por não estares a meu lado, e bate uma saudade enorme. Dá vontade de pegar no telemóvel, e te ligar ou de sair de casa e falar tudo o que tenho a falar contigo. Mas, e fazê-lo? Mentira, não agora. Não hoje, não amanhã, não este mês. Talvez um dia o faça. Talvez um dia as pessoas consigam entender que já temos problemas suficientes e não têm que nos meter em mais nenhum. Porque eu não quero perder mais do que já perdi. Se recuperei parte disso, não me façam perder isso também. Nem quando estou bem. Enfim. Estou a escrever tão à toa, só apetece apagar isto e pronto. Mas já é tipo sagrado. Nem sei que mais dizer, as palavras ou não querem sair ou então já estão cansadas de ser ditas. É demasiado tempo apenas. Pudesse eu mudar isto tudo."

domingo, 31 de agosto de 2014

I'll work this out



"Eu digo que não me iludo, que não ganho esperanças, que não me incomoda mas no fundo é mentira. Eu tenho tantas saudades tuas, de nós. Falar contigo melhora sempre o meu dia e a minha boa disposição e já não devia de ser assim. Eu ando aí a achar que sou capaz, que sou rija e que nada me afeta mas no fundo, só me apetece chorar. Estar perto de ti faz-me demasiado bem. E eu não queria nada. Queria já ter ultrapassado como tu o fizeste, e eu tento, juro que tento. Mas ter alguém a gostar de mim? Ter alguém a quem confiar tudo? Ter alguém para estar do meu lado sempre? Mentira, isso é impossível. Não consigo confiar em ninguém, não quero ninguém novo na minha vida porque sei que no fundo essa pessoa não vai ficar, essa pessoa vai acabar por ir embora. Afasto-me e afasto todos. E até me sinto bem assim. Ou então, só me faz mal. No outro dia li uma coisa, que me deixou a pensar imenso. Ter saudade de alguém é saber que a pessoa vai eventualmente voltar. Mas sentir falta de alguém é saber que essa pessoa não volta mas a saudade anda lá na mesma. E isto é tão verdade. Eu tenho saudades tuas, mas sinto muito mais a tua falta. Jurei para mim mesma à uns meses que ia parar com isto, que ia arranjar maneira de continuar sozinha, de encontrar alguém ou até mesmo arranjar maneira de estar realmente bem. Mas eu engano-me muito a mim própria. Sinto tanto a falta de nós. De tudo. Sei lá. Ainda te amo. Tanto. Até demais. E espero que te amem tanto quanto eu. Porque eu já cá ando à um ano. Era capaz de fazer qualquer coisa por ti e juro que não sei como é que um ano depois eu ainda sinto isto assim tão vivo. Se eu não sentisse nada era tudo mais fácil. Mas não consigo mudar o que sinto. Fazer-te rir é das melhores sensações. Estar do teu lado quando precisas pra mim é um privilégio. Saber que contas comigo é tão bom. Não quero perder nada disso só porque sinto isto e aquilo. Faço tanta coisa de errado, mas não quero errar mais nisso. Saber que estás feliz faz-me bem. Mas saber que estás feliz ao lado de outra pessoa que não eu, dói muito mais. Mas não vou pra lado nenhum. Estou aqui, sempre. O resto resolve-se."

segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Cold heart



"Eu ia dormir, e senti necessidade de vir aqui. Não sei bem porquê, peguei no pc e sentei-me a olhar para isto, a ver o que iria sair daqui. Às vezes sinto que se falar, vou piorar ou estragar alguma coisa, mas tenho de falar de alguma forma, e não o faço com quase ninguém ou até mesmo ninguém. Não sei se alguém entende ou entenderá como me sinto ou o que me passa pela cabeça. Sinto saudade e tanta falta de algumas coisas. E eu gostava de recuperar algumas delas, mas sei que não vai acontecer. Sinto que devia de melhorar tanta coisa em mim, e que as coisas assim passariam a correr melhor também. Não que a vida me corra mal. Claro que tenho episódios que só gostava de não passar por eles, mas também sei que faz parte. Arrependo-me de muita coisa que disse, que fiz. Mas orgulho-me também de muitas coisas que melhorei na minha atitude e no facto de ter conseguido ter o coração frio para certas situações do dia a dia. Senão, ainda continuava o mesmo caco de há uns meses. E isso não vai voltar a acontecer. Não quero. Não me quero ir mais abaixo, não quero mais chorar. Quero estar bem, ou pelo menos ser capaz de me convencer disso. E no fundo estou bem. Ultimamente têm acontecido coisas boas. Coisas que me deixam a pensar, mas coisas boas. Às vezes sinto que precisava de me sentar com alguém e dizer tudo aquilo que me vai na alma mas depois penso que não consigo, que só vou piorar tudo, lá está. Nada do que eu estou a escrever agora vai tirar algum peso de cima, porque sinto que não estou a transmitir nada do que sinto, e que estou apenas a adiar. Mais uma vez sinto que estou aqui a perder o meu tempo, porque não disse nada. E não sinto que alguém esteja disposto a ouvir-me. E eu não quero pedir a ninguém que o faça, não tenho que o pedir. Gostava de não sentir nada portanto. Seria mais fácil."

terça-feira, 12 de agosto de 2014

"De 0 a 100, é um vaivém, mas acaba sempre bem."



Dois meses depois, aqui estou eu. Aconteceu tanta coisa, que eu nem sei como lidar com tudo. Há tanta coisa que eu às vezes sinto necessidade de dizer, e guardo. E até podem ser coisas simples, mas guardo tudo. As pessoas não entendem, não tentam ver o meu lado e compreender porque é que eu fiz assim, porque é que eu disse assado, ou porque é que eu penso como penso. Não entendem o que sinto. E quando eu quero explicar, não ouvem. É horrível sentir-me sozinha estando rodeada de pessoas que me querem bem, e que fazem de tudo para eu estar bem. Tenho pessoas que são capaz de vir a correr para me socorrer. E eu sinto-me sozinha. Sinto que não consigo fazer nada por mim, e faço sempre pelos outros primeiro. Sempre foi uma coisa que a mim me custou imenso mudar. Há pessoas a dizerem que mudei, que estou mais fria, que não falo tanto, mas não tentam entender. Não sei porquê quando eu entendo toda a gente e quando eu estou do lado de toda a gente, sempre. Dou importância demais. Dou confiança a mais. Perdi pessoas e ganhei outras. E nos últimos tempos, até recuperei algumas. Houve uma que não esperava, mas que ansiava imenso. E adoro isso. Mas, quem é que eu quero enganar? Eles ou a mim própria? Digo mil vezes para mim mesma que estou bem. Digo outras mil vezes ao dia às pessoas que estou sempre bem. E no fundo estou, porque eu não choro, eu não estou triste, eu não desabafo. Eu estou bem disposta e pronta a ajudar, a ouvir. E às vezes sinto que ninguém faz isso por mim. Sinto que hei-de ser sempre a trocada, hei-de ser sempre aquela que foi trocada por outra melhor, hei-de ser sempre aquela que dá demasiada importância e acaba na merda, hei-de ser sempre aquela que ajuda os outros e não recebe nada em troca. E eu pergunto-me: para quê? Para quê? Nada disto faz sentido para mim. Ando a aguentar as lágrimas à meses. Sinto saudades de tanta coisa, sinto que podia ter feito tantas coisas diferentes e agora fiquei sem elas. Mas no fundo, tenho um coração gigante, e no fim, quem sozinha, sou eu. Não os outros. Mas estou sempre bem. Acaba sempre bem.

quinta-feira, 12 de junho de 2014

Night reflections



"Um quarto escuro. Uma janela aberta com uma noite linda e calorenta lá fora. Um telemóvel no silêncio pra não incomodar, nem ter que falar com ninguém. Um computador ligado com uma página em branco, à espera que alguém a preencha com frases que não conseguem ser ditas oralmente. Sente-se uma brisa a entrar pela janela. A noite começa a esfriar. Madrugada e o sono fugiu para o outro lado do mundo, aparentemente. Uma vontade de chorar imensa, mas a coragem ainda maior, juntamente com o orgulho. Uma frieza apodera-se de tudo. E faz com que nada saia cá para fora. Está tudo acumulado no mesmo saco de carne. Coisas boas, coisas más. Pode ser qualquer coisa. Paira uma tristeza imensa neste lugar. Não resta nada, sem ser feridas por sarar. E pior, é haver feridas saradas que alguém as voltou a abrir. Mas nada se passa. Está tudo bem. Vai estar sempre tudo bem. Não interessa o que se sente. O que se pensa. E como se resolver? Não. As coisas resolvem-se. O tempo cura? Não. Nós curamo-nos sozinhos. Cada um sabe de si. Já não se vêm casais apaixonados na rua. Nem amizades que duram, e que sejam verdadeiras. Nada. Vê-se pessoas muito falsas. Tanto com os outros como para elas próprias. Se alguém quer saber? Não. Cada um faz a sua vida. Ah como eu gostava, de conseguir fazer as coisas acertadas. Quem magoa, não tem qualquer tipo de problema em o fazer. Não se preocupam sem ser com o próprio umbigo. Magoam, e depois perguntam se estamos bem, isso sim, é o cúmulo da ironia. No fim, restam as memórias, as recordações, os bons e os maus momentos. Se alguém a salvou? Não, ela salvou-se sozinha. Assim como o faz todos os dias. Pode estar rodeada de amigos fantásticos, mas vai sempre ajudar-se sozinha, para conseguir ajudar todos os que precisam dela. E acham que ela desiste? Não, ela é fria, e pode ser a pior pessoa do mundo. Mas não implora a ajuda de ninguém. Ela tenta, e tenta, e tenta. Mas acaba sempre a chorar, nas noites frias em que mais ninguém se encontra presente. E chorar, chora em último caso. Sente que o mundo está perdido e que mais perdida ela está. Nada disto foi um erro até hoje. Mas serviu para que ela nunca mais fosse a mesma. Serviu para que ela se fechasse tanto."